Leis islâmicas, conflitos étnico-religiosos, fome, discriminação e violência; mesmo assim os cristãos permanecem fieis
Há décadas, os cristãos sudaneses têm
enfrentado uma perseguição religiosa sistemática e generalizada no país.
O número de presos sem acusação formal tem aumentado muito, e por
motivos injustificáveis, sempre baseados em religião, correndo o risco
até de serem sentenciados à pena de morte. Além disso, a violência tem
sido mais intensa, principalmente depois dos ataques aéreos
indiscriminados na região de Nuba. Muitos ativistas de direitos humanos
também foram presos e muitas associações têm sido acusadas de “receber
financiamento estrangeiro” o que faz o governo pensar que elas estão
ligadas à oposição política e que trabalham para derrubar o regime
atual.
O Sudão que está posicionado em 8º lugar
na atual Classificação da Perseguição Religiosa, tem um sistema de
governo autoritário. A República do Sudão vive uma ditadura militar
desde 1989, quando ainda era considerado o maior país da África e do
Mundo Árabe. Em 2011, porém, o Sudão do Sul se separou após um referendo
de independência. Agora o Sudão é o terceiro maior país africano,
depois da Argélia e República Democrática do Congo. O sistema legal
sudanês é baseado na lei islâmica e por isso a população vive muitos
conflitos étnicos e religiosos. De acordo com o Índice Global da Fome de
2013, o Sudão vive também um “estado alarmante de fome”, sendo a 5ª
nação mais faminta do mundo.
Com todos esses dados, sabe-se que os
cristãos que vivem nesse país enfrentam grandes desafios, sendo
maltratados, excluídos e violentados em todos os aspectos da vida.
Declarar-se um cristão é o mesmo que candidatar-se aos maus tratos e à
discriminação. Mesmo assim, a igreja continua crescendo por lá, não em
número de templos, pois é expressamente proibido construir igrejas no
país, mas em número de novos convertidos. “A nossa família é muito
grande e estamos espalhados pelo mundo, vamos nos unir em oração. Orem
pelo Sudão, pois a igreja daqui ora por todos vocês. Sejamos fortes para
cumprir o nosso ministério”, conclui Michael Yat, que já enfrentou nove
prisões sudanesas e permanece de pé para dar seu testemunho e
fortalecer os demais cristãos.
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