Diante da necessidade dos cristãos perseguidos, a impressão de
Bíblias está sendo feita secretamente dentro destes países — tornando
sua produção mais arriscada
Depois de iniciarem investimentos em
tecnologia, tradutores da Bíblia Sagrada estão descobrindo que cristãos
de igrejas perseguidas, principalmente em países de maioria muçulmana,
preferem ter em mãos as Escrituras impressas do que em edições online.
A constatação pegou de surpresa o diretor de tecnologia da organização Wycliffe Associates,
David Reeves. Antes de entender essa necessidade dos cristãos
perseguidos, ele estava focando em projetos de aplicativos e Bíblias
digitais.
"Eles realmente querem ter isso [a Bíblia
impressa]. Eles podem tê-la em suas mãos, isso não requer nenhuma
bateria, ela não precisa ser recarregada, e eles podem escondê-la em
vários locais", disse Reeves ao site Mission Network News.
A nova carência apresentou novos desafios
para o especialista. Muitos dos cristãos que anseiam por cópias da
Palavra de Deus vivem em países onde a Bíblia é proibida. Isso significa
que a impressão de cópias traduzidas das Escrituras terão de ser feitas
secretamente, dentro destes países — tornando sua produção mais
arriscada.
"Eles [tradutores] têm que fazer isso sozinhos, em silêncio, em algum lugar onde ninguém saiba disso", ressalta Reeves.
Diante desse impasse, a Wycliffe Associates
desenvolveu o projeto de uma máquina compacta o suficiente para ser
secretamente transportada e eficaz o suficiente para reproduzir milhares
de cópias do Novo Testamento.
"O sistema de ‘impressão sob demanda’ é
apenas uma forma de se camuflar e se esconder. Nossos irmãos e irmãs
estão usando isso para imprimir a Bíblia em lugares que, de outra forma,
não poderia ser entregue", diz Reeves.
Com o uso da nova máquina, apenas no ano
passado, foram impressas mais de 190 mil publicações no Oriente Médio,
sejam de livros ou pequenas brochuras, informou o especialista.
No entanto, a impressão da Bíblia ainda é
uma tarefa perigosa. "Existem riscos de segurança, os nossos irmãos e
irmãs sabem disso. Eles estão dispostos a correr esses riscos e alguns
até já pagaram com suas vidas”, disse Reeves, relembrando o caso dos
quatro tradutores mortos por extremistas islâmicos, em março de 2016.
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