De acordo com agências internacionais, diversos terroristas do
Estado Islâmico estão usando os aplicativos móveis para vender e comprar
meninas de cerca de 12 anos de idade, como escravas sexuais
Militantes do Estado Islâmico estão usando
aplicativos móveis criptografados, como WhatsApp e Telegram para
ampliar o tráfico de meninas que são repetidamente estupradas e
torturadas por terroristas pedófilos.
Não é nenhum segredo que mais de 3.000
meninas de minorias religiosas - como yazidis e cristãs - que foram
capturadas pelo Estado Islâmico (também conhecido como ISIS, ISIL ou
Daesh) são frequentemente compradas, vendidas e estupradas por até oito
jihadis diferentes.
Embora muitas dessas meninas e mulheres
tenham sido compradas, vendidas e leiloadas em mercados de escravas
sexuais dentro dos redutos do grupo terrorista na Síria e no Iraque,
alguns militantes parecem estar usando aplicativos móveis criptografados
e plataformas de mídia social como uma tentativa de vender essas jovens
para terroristas que estejam fora dessas localidades.
Um ativista Yazidi compartilhou com a
Associated Press postagem, uma mensagem particular, na qual um jihadista
listava uma virgem de 12 anos de idade, com um preço inicial de 12.500
dólares.
"Virgem, bonita, 12 anos de idade", dizia o 'anúncio'. "Seu preço pode chegar a US$ 12.500 e ela será vendida em breve".
De acordo com a AP, numerosos terroristas
do Estado Islâmico estão usando os aplicativos móveis para vender e
comprar essas mulheres e meninas de minorias religiosas como suas
propriedades. Postagens têm aparecido no Telegram, WhatsApp e até mesmo
no Facebook.
Uma mensagem no WhatsApp 'anuncia' uma
mulher - mãe de um bebê de 3 anos e 7 meses de idade - a um preço de
3.700 dólares. O anúncio, que incluiu a foto da mãe, afirma que "Ela
quer ser vendida por seu atual dono".
No início deste mês, foi relatado que o
terrorista alemão, filiado ao EI, Abu Assad Almani, tentou usar o
Facebook para vender uma escrava sexual Yazidi. O jihadista pedia cerca
de 8.000 dólara pela mulher, mas alguns dos amigos de Almani tentaram
negociar para que ele baixasse o preço.
"O que faz com que ela valha esse preço?",
perguntou Romeo Langhorne - amigo de Almani - no Facebook. "Ela tem
alguma habilidade excepcional?".
O WhatsApp e o Telegram, ambos de
propriedade do Facebook, usam o sistema de criptografia com o objetigo
de preservar a privacidade do usuário.
Embora os 'anúncios' tenham circulado
também pelo WhatsApp e Facebook, a agência de notícias AP relata que a
maior parte das mensagem registradas, passaram pelo Telegram. O
porta-voz do aplicativo, Markus Ra disse à AP que a organização
frequentemente remove canais públicos que são utilizados pelo Estado
Islâmico.
"O Telegram é extremamente popular no
Oriente Médio e outras regiões", disse Ra. "Isto, infelizmente, inclui
tanto os elementos mais marginais, como as mais amplas massas
cumpridoras da lei".
O porta-voz do WhatsApp, Matt Steinfeld
disse à AP que a empresa não tolera que o aplicativo que esteja sendo
usado como uma ferramenta para o tráfico humano.
"Nós temos tolerância zero para este tipo
de comportamento nas contas [do aplicativo] e desativamos quando
percebemos a evidência de atividade que viola nossos termos", disse
Steinfeld. "Nós incentivamos as pessoas a usarem nossas ferramentas e
pedimos que denunciar que se depararem com este tipo de comportamento".
Além disso, a AP relata que o Estado
Islâmico registra suas escravas sexuais em bancos de dados, que incluem
fotos das mulheres e meninas e os nomes de seus "donos". A intenção do
registro nos bancos de dados é dificultar a fuga dessas meninas e
mulheres.
Embora muitas famílias das moças que foram
capturadas e transformadas em escravas sexuais cheguem a pagar
contrabandistas para ajudarem a resgatá-las, a fundadora do grupo de
ajuda 'Iraqi Luftbrucke Irak' - fundado na Alemanha - Mirza Danai disse à
AP que está cada vez mais difícil para que as as mulheres consigam
fugir desses cativeiros.
"Eles registam cada escrava sob o domnínio
de seu proprietário e, portanto, se ela escapar, cada posto de controle
do Estado Islâmico será notificado", explicou Danai.
A AP relatou que o Estado Islâmico
continua a perder território e as fontes de renda do grupo terrorista
continuam em crise. Aqueles que são capturados auxiliando as
prisioneiras a fugirem são condenados à morte.
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