17 de outubro de 2018

EUA se reúne com Arábia Saudita para incentivar liberdade religiosa no país

Autoridades dos EUA se reuniram com funcionários do governo saudita para discutir tolerância às religiões

EUA se reúne com Arábia Saudita para incentivar liberdade religiosa no país

A Arábia Saudita fez avanços sem precedentes em direção à tolerância religiosa. As mudanças foram conferidas de perto por uma delegação da Comissão de Liberdade Religiosa dos Estados Unidos, que visitou a capital, Riad, no fim de setembro.
Depois de um encontro com funcionários do governo saudita, autoridades dos EUA informaram que o país fez uma reforma no departamento de polícia religiosa — encarregada de aplicar a lei islâmica entre os cidadãos — e instituiu novos programas para reprimir o extremismo.
“Fiquei surpreso com o ritmo da mudança no país. Isso me lembrou o livro de Jó, que diz: ‘Meus ouvidos tinham ouvido a respeito, mas agora meus olhos viram’”, disse o comissário Johnnie Moore. “Foi a primeira vez que percebi que poderíamos ver a liberdade religiosa na Arábia Saudita”.
Moore foi o líder evangélico de mais alto escalão a se reunir com o governo saudita desde que o príncipe herdeiro de 33 anos, Mohammed bin Salman propôs uma reforma do islamismo em seu país, para que a religião seja mais moderada e aberta.
Menos de 5% dos 32 milhões de pessoas que vivem na Arábia Saudita são cristãos, de acordo com a Pew Research. A nação ocupa o 12º lugar entre os países que mais perseguem cristãos, segundo a lista da Portas Abertas.
O governo ainda não sanciona o funcionamento de igrejas ou qualquer forma de adoração pública por não-muçulmanos. No entanto, um progresso está sendo feito a fim de permitir o culto privado e proteger os direitos das minorias religiosas.
Novos avanços
De acordo com Moore, nos últimos seis meses, Bin Salman se reuniu com uma série de líderes cristãos como o arcebispo de Canterbury, o patriarca maronita e o papa copta no Cairo.
Moore e a comissária Nadine Maenza ainda se reuniram com líderes da Comissão para a Promoção da Virtude e Prevenção do Vício (CPVPV, na sigla em inglês), que promove o código moral islâmico na Arábia Saudita.
A comissão — que já foi a maior barreira para o culto privado — não tem mais autoridade para entrar nas casas das pessoas ou fazer prisões, informou Moore. Ele disse que os cristãos sauditas já sentiram os efeitos da reforma sob o comando de Bin Salman e apoiam as mudanças.
Além disso, a delegação americana se reuniu com os ministérios do governo encarregados de reprimir o extremismo religioso, estabelecendo programas educacionais e monitorando o ensino nas mesquitas. Sob a constituição muçulmana, a Arábia Saudita continua aplicando leis contra a apostasia, mas há sinais de que elas estariam se tornando menos rigorosas.
“Eu sou otimista para uma Arábia Saudita onde muçulmanos, cristãos e outros possam cultuar livremente”, disse Moore. “Pela primeira vez em minha vida e em minha defesa da liberdade religiosa, acredito que isso seja possível e talvez até mais cedo do que esperamos. Sou realista sobre os desafios envolvidos, mas até agora acredito que eles estão sendo sinceros em seus planos de moderar e modernizar”.

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