Embora a pulseira ATAR Band não traga a proposta de implantar seu
chip sob a pele do usuário, o advento de aparatos tecnológicos que
facilitam as compras reacendem a discussão sobre a `marca da besta´
Uma startup brasileira desenvolveu um
produto que pretende substituir o cartão e o dinheiro nos pagamentos
presenciais — basta que o usuário utilize apenas seu “pulso”.
A ATAR Band é uma pulseira inteligente
equipada com um chip NFC, que pode transferir dinheiro para qualquer
máquina de cartões que seja compatível com a tecnologia contactless.
Segundo estatísticas da empresa, o serviço está disponível em 85% das
maquininhas nacionais.
O dinheiro deve ser aplicado no acessório
através de um boleto bancário, gerado no aplicativo para smartphones da
ATAR Band. Depois de ser munida de créditos, a pulseira está pronta para
realizar pagamentos à vista; basta aproximá-la do terminal do vendedor e
inserir sua senha.
A ATAR Band começou a ser vendida no dia
18 de maio pelo preço sugerido de R$ 299 através de seu site oficial. O
projeto, que começou a ser discutido em 2014, já recebeu oito premiações
e pelo menos R$ 1 milhão em aportes, graças ao seu enorme potencial de
crescimento.
Marca da besta?
Embora a ATAR Band não traga a proposta de
implantar seu chip sob a pele do usuário, o advento de aparatos
tecnológicos que facilitam as compras reacendem a discussão sobre a
“marca da besta” descrita no livro bíblico de Apocalipse.
Apocalipse aponta que a marca seria
obrigatória entre os conscientes e inconscientes seguidores da besta,
com o aval da figura de autoridade do anticristo. A identificação seria
usada como uma espécie de documento oficial, para que ninguém possa
comprar ou vender, senão aquele que tem a marca (13.17).
Segundo o teólogo e mestre em filosofia
Jonas Madureira, não há qualquer indício na Bíblia de que os chips, em
qualquer forma, sejam a tal marca da besta — pelo menos até agora.
“Acontece que o Apocalipse é um livro confuso até mesmo para os maiores
estudiosos dos textos sagrados, cheio de enigmas e metáforas”, afirma.
Madureira explica que muito dessa confusão
se dá pelas diferentes correntes de estudiosos. “Enquanto um grupo,
mais moderno, defende que muito na Bíblia está em forma de metáfora, de
simbolismo, outra corrente mais tradicional afirma que tudo deve ser
interpretado ao pé da letra”, esclarece o teólogo.
Jonas explica que nas décadas de 20 e 30
do século passado, os liberais, que preferiam a interpretação
metafórica, ganharam destaque. Para contrariá-los, os fundamentalistas,
mais tradicionais, defendiam a literalidade dos textos bíblicos.
Para completar a confusão, existem
correntes que, embora não sejam liberais, aceitam a interpretação
baseada no simbolismo. Há quem ache realmente, mesmo nos círculos
evangélicos, que os chips são o falado selo do anticristo. Outros
defendem que a tal marca citada em Apocalipse não seria física, mas
espiritual.
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