As implicações políticas e econômicas nos níveis nacional e internacional são claras, porém o mestre em Teologia, Rafael Rossi aponta para uma relação importante deste fato com profecias bíblicas, como as registradas no segundo capítulo do livro de Daniel.
Na última sexta-feira, o Reino Unido passou por uma votação histórica e decisiva, traçando o seu futuro: a sua saída da União Europeia. Com uma diferença de cerca de 1,2 milhão de votos em um referendo, o país insular (formado pela Escócia, Inglaterra, Irlanda do Norte e País de Gales) acabou chegando à decisão de deixar o bloco econômico e político.
Entre especulações de crise para as ambas as partes desta ruptura
dolorosa e também afirmações de que esta separação se fez necessária,
devido às últimas decisões tomadas pelo bloco europeu, o mundo todo
volta seus olhares para o continente neste momento em que a União
Europeia perde um de seus pilares mais sólidos.
Profecias
As implicações políticas e econômicas nos níveis nacional e internacional são claras, porém o mestre em Teologia, Rafael Rossi aponta para uma relação importante deste fato com profecias bíblicas, como as registradas no segundo capítulo do livro de Daniel.
Inicialmente, Rossi contextualiza o momento em que o trecho foi
escrito e lembra o relato - já conhecido por muitos - de que o rei
Nabucodonosor teve um sonho intrigante, no qual havia uma estátua que
misturava diversos elementos em sua composição.
"O capítulo narra o momento em que Deus deu a Nabucodonosor um sonho.
Havia uma mensagem especial da parte de Deus ao rei e que por extensão
chegaria até os últimos dias da história do mundo. Ao acordar,
Nabucodonosor não se lembrava dos detalhes do seu sonho, mas sabia que
esse sonho tinha certa importância", destacou Rossi em um artigo
publicado originalmente no site 'adventistas.org'.
"Até o verso 3 do capítulo 2, o idioma no qual estava escrito era o
hebraico. A partir do verso 4, o texto está em aramaico. Daniel está
escrevendo diretamente às nações vizinhas de Israel, que não falavam o
hebraico".
O teólogo lembra então que nenhum dos "sábios" da Babilônia
conseguiram desvendar o enigma contido no sonho do rei, mas Daniel, com
sabedoria e paciência, levou as respostas certas ao palácio.
"Fica evidente que os pretensos poderes humanos de adivinhação,
previsão, astrologia, na realidade não existem. Deus age onde a
sabedoria humana não age. Deus faz o que nenhum homem pode fazer e
somente Ele é quem conhece o futuro", disse o teólogo. "Daniel mostra
calma no momento de aflição, pois confiava em Deus e sabia que o Senhor
estava no comando e não precisava se desesperar". Após muita espera e nervosismo por parte do rei, Daniel vai até Nabucodonosor e apresenta sua intepretação.

A cabeça era de ouro, os braços e o peito de prata, o ventre de
bronze, as pernas de ferro e os pés uma junção heterogênea de barro e
ferro."Cada metal representava um reino diferente conforme a interpretação
de Daniel. O rei de Babilônia era a cabeça de ouro, elemento abundante
na terra de Babilônia. Os reinos que sucedem são representados por
elementos e partes do corpo na estátua que se encaixam por completo na
história. Daniel prediz eventos muitos anos antes de acontecerem. Os
eventos do capítulo 2 aconteceram no ano 603 a.C", contou Rossi, citando
a história.
O teólogo lembrou que cada um dos elementos contidos na estátua
representa um império e também prevê suas quedas e até mesmo rupturas."As nações da estátua marcam os impérios de propensões mundiais.
Esses quatro impérios mundiais e o império dividido pelos pés em parte
de ferro e barro apresentados por Daniel tiveram a sua faixa de tempo no
governo, todos comprovados pela história", destacou.
"O verso 41 de Daniel 2 apresenta o último império, representado
pelos pés como um reino dividido. A história nos mostra que após o
império romano, o último império humano de alcance mundial, surgiu uma
divisão do império em 10 partes, que são milimetricamente confirmados
pelos dez dedos dos pés da estátua".Os reinos resultantes da divisão citada por Rossi foram: Francos,
Alamanos, Anglos, Lombardos, Visigodos, Suevos, Burgundos, Hérulos,
Vândalos e Ostrogodos.
Ferro e Barro
Rafael Rossi acrescentou as simbologias associadas a elementos como o ferro e o barro.
"O ferro e o barro definem que alguns deles seriam fortes e outros
fracos. Como, por exemplo, a força militar que possuíam os francos e
visigodos.
Mas o fator que mais chama a atenção está no fato de que
ferro e barro não se misturam. E isso era uma profecia permanente de que
depois do quarto império, os países europeus tentariam se reunificar
para formar um novo império, mas não mais se ligariam", explicou.
O mestre em teologia ainda lembrou que várias tentativas de
unificação acabaram sendo frustradas posteriormente, como, com Carlos
Magno (séc. VIII); Carlos V (séc. XVI); Napoleão Bonaparte (séc. XIX);
além Kaiser Guilherme II e Hitler (ambos no séc XX). Segundo Rossi tais
fracassos cumprem a profecia registrada no livro de Daniel.
"Todo o insucesso mostra que a profecia estava certa, todas as
tentativas foram frustradas, pois a união não foi consolidada. O barro
aparece sempre como elemento central dando a ideia da fragilidade dos
impérios humanos", lembrou.
"A União Europeia, enfraquecida pela possível saída do Reino Unido, é
apenas a continuidade da profecia que afirma que ferro e barro não se
misturam. Não há nenhum elemento novo, senão a força da revelação
bíblica séculos depois da previsão", afirmou.
Finalizando seu artigo, o teólogo lembra que a profecia o prenúncio
da profecia no sonho de Nabucodonosor se concluía com uma pedra
destruindo a estátua e lembra a interpretação deste ponto.
"Ela [pedra] representa o reino de Cristo que será um reino eterno.
Será estabelecido para sempre e terá o mundo todo unido. Haverá sim um
império mundial, não mais controlado por homens, mas agora comandados
pelo próprio Deus. A pedra que destrói a estátua e cresce do tamanho do
mundo é a Volta de Jesus Cristo", afirmou.
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