A iniciativa foi tomada após um debate promovido pelo programa Rádio
Debate, da rádio Universitária FM. A deputada dialogou frente a frente
com Ari Areia, ator do monólogo onde ele derrama seu sangue sobre a
imagem de Jesus crucificado.
Ativistas da classe militante LGBT querem "tirar do ar" a página da deputada Dra. Silvana Oliveira (PMDB). O motivo é o fato da parlamentar defender um projeto de lei que prevê multas e a possível impossibilidade de realizar manifestações que promovam a "satirização, ridicularização e /ou toda e qualquer outra forma de menosprezar ou vilipendiar dogmas e crenças de toda e qualquer religião”.
A iniciativa foi tomada após um debate promovido pelo programa Rádio
Debate, da rádio Universitária FM na tarde da última quarta-feira (29). A
deputada dialogou frente a frente com Ari Areia, ator do monólogo
“Histórias Compartilhadas” onde ele derrama seu sangue sobre a imagem de Jesus crucificado,
além de expor o símbolo religioso com cenas de sexo num mesmo cenário.
Além dos dois representantes estava o psicólogo Márcio Gondim.
A conversa tinha o objetivo principal falar sobre o Dia do Orgulho
LGBT, que aconteceu na última terça-feira (28). Mas, o que marcou o
debate foi a discussão do projeto de lei proposto pela parlamentar. Para
Silvana, serve como prova qualquer ato público que escandalize.
“Nunca, jamais, eu vou tentar macular quem quer que seja, mas as
leis, o direito, estão aí para serem seguidas. Qualquer ato público que
escandalize já serve legalmente e juridicamente como prova, então, uma
pessoa cristã como eu – e aqui eu não citei nenhum versículo bíblico
ainda, se precisar eu cito, mas não citei, estou aqui em cima do que é
lei, do que é correto – se escandaliza, já virou um fato”, disse a
deputada de acordo com o portal Tribuna do Ceará.
Em contrapartida, o ator declarou que a arte tem a função de
provocar. “Eu acho muito problemática essa concepção de que exista uma
boa arte ou uma arte real associada ao lugar do belo, do sublime, do
bonito. A arte em si tem uma função essencial de provocar. E ela pode
estar no lugar do belo, do sublime, mas pode estar em outro lugar, não
só no teatro, mas também na música”, disse.

O debate continua acalorado e em determinado ponto, o ator questiona a
atuação de Silvana como parlamentar. “O grande problema, nessa sua
atuação como parlamentar, é que tanto a sua moção de repúdio, como o
projeto de lei que a senhora apresentou, são baseados estritamente em
posições pessoais, de credo pessoal”.
“Por que eu sou católica?”, questionou a deputada. “Não, a senhora é
evangélica, mas a senhora é uma parlamentar religiosa, e a senhora usa
sua religião (interrupção). Quando a senhora assumiu seu mandato de
deputada, a senhora prometeu guardar a Constituição, a senhora acha que
um projeto de lei como esse, que autoriza a Polícia Militar a invadir um
teatro, por exemplo, interromper uma peça teatral, está respeitando a
Constituição, quando a Constituição fala que o direito à liberdade de
expressão é concedido à população de forma irrestrita, a senhora não
acha que é absurdo esse tipo de posicionamento?”.
Silvana retoma a palavra: “Não existe direito absoluto quando você
contraria o direito de outro, quando você contraria, viola o outro – e
para isso existem as leis, para ordenar a sociedade. (…) A arte só teria
essa forma de tocar se for vilipendiando, se for agredindo, se for
insultando o outro? As leis estão aí, a Polícia Militar está aí, é
exatamente para garantir que todas as pessoas têm direitos, deveres e
valores, jamais esse projeto vai penitenciar ou vai punir se você está
seguindo a regra social”, ressaltou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário